Participativo: A situação dos vira-latas na Grande São Paulo

Vou postar o texto do Marcelo, que mora em Suzano (a 34km de São Paulo). Achei o texto bem legal e interessante, até pra ver que a situação dos animais sem lar por la é bem semelhante ao que acontece aqui em Porto Alegre.

"A situação dos vira-latas na Grande São Paulo é, como todos podem imaginar, igual a toda região metropolitana das grandes capitais. Por aqui se encotram muitos bichos abandonados pelas ruas, ou bichos com donos que não se preocupam em dar uma assistência, e muitos outros problemas.

Fui em dois canis da região ver a situação de animais capturados nas ruas. Primeiro fui ao canil municipal de Suzano, num local afastado do centro da cidade. Chegando lá, notei que haviam menos cães do que eu esperava, metade da capacidade do canil ou nem isso, o que já foi uma boa supresa. Conversei com Sebastião, funcionário do canil há mais de 10 anos, que afirmou que hoje em dia não há mais a captura de cães sadios, como era feita antigamente. “Só cães doentes ou que apresentam algum risco a população são capturados” disse, e ainda acrescentou “Os canis não podem mais matar os animais, é proibido por lei, eles ficam aqui, cuidamos deles, alimentamos”. Os cães ficam por lá até serem adotados, ou morrerem. De uma maneira geral, fiquei satisfeito com o trabalho realizado, embora ainda longe do ideal, nota-se uma boa vontade dos funcionários, que acabam pegando carinho pelos cães.

Saindo de Suzano, fui até o canil municipal de Mogi das Cruzes, também em um local bem afastado da cidade, praticamente uma região rural. Chegando là, falei com o atencioso Oliveira, que me mostrou as instalações. O canil é menor que o de Suzano, porém é um prédio novo, em melhores condições. Muitos cães na ala dos machos, e poucos na ala das fêmeas. Nota-se que os bichos são bem cuidados, alguns bem bonitos, a ponto de não parecerem que já foram animais de rua. Oliveira disse que constantemente pessoas os procuram para adotar algum bicho, que já sai de lá castrado e vacinado.

Após essas visitas, achei satisfatório o trabalho realizado, ainda podendo melhorar muito, mas percebe-se que as coisas estão tomando um rumo e as pessoas envolvidas dispostas a dar uma vida melhor a esses animais. Infelizmente, eles dependem de recursos de suas prefeituras, que são limitados. Mas a boa vontade dos funcionários me fez ter uma visão positiva do trabalho realizados pelos canis da região."

Marcelo Macedo é designer, corinthiano e "pai" do Joey, um vira-lata de 8 anos cuja foto ilustra o post.